14.9.09

Guaíba.

Mesmo sem fechar os olhos, eu lembro das cores. E era de encantar, eu sabia. Aqueles encontros despropositados, quem é que podia supor.
O cheiro era diferente, o calor, as chuvas. E os olhos cinzas de quem é que nem eu, sabem ver mais azul, e mais estrelas.
Todas as vozes me eram doces. Tantos sons. De passados, de acasos, e desejos. De saber ouvir tudo quanto acho lindo, e que se alonga pelos anos, mesmo sem eu saber como.

Suas costas rasgavam o por-do-sol, e o céu deitava rubro, e doce nos meus lábios. Eu não parava de me repetir, qual a probabilidade, qual a probabilidade.
Foi só no telhado, quando eu vi as luzes - eu girava de mãos dadas com quem era feito sonho, distante - que eu me dei conta, que a paixão seria maior que todos os dias, já antevia a falta de ar antes de alçar vôo de volta pra casa.

E foi ao laçar dedos, no sofá, entrecortando o frio baixo lá fora, que eu soube. Me deixar pintada nas paredes, num era marca, era promessa de amor.
Amor rasgado, pra sempre.

Os lábios estão salgados e não sei respirar numa cidade sem horizonte.

2.9.09

mas e se...? o3

- tudo aí?
- acho que sim.
- tem que levar casaco, né?
- tá aqui.
- mas esse?
- ai meu deus. não combina com a saia?
- não, é que...
- ai, eu sabia! quem viaja de saia? é melhor ir de calça.
- lua, você não tem uma calça.
- eu sei que não. o carro taí? vamo pro shopping.
- VOCÊ VIAJA EM 2 HORAS.
- eu, não.
- num é as 19h?
- era, mas eu não vou mais.
- como assim?
- eu não vou, não vou, não vou. - e toca a chorar, coloca o cd do nirvana, e rouba um cigarro da mãe.

Opção 1
- vai se foder, entra nesse carro senão vai doer mais em você que em mim.

Opção 2
- ôo, meu bem. cê ta linda. viu? dá um beijo, deixa que eu levo sua mochila. tá?

- tou com medo.
- eu sei, mas...
- ei.
- han.
- tem lanchinho no avião?
- aham.
- tem... gim? rum?
- whisky, acho.
- VAMOLOGOPORRA.



(quem duvida? eu aposto.)