há um medo surdo
como um baque.
como um soco, na cara.
i m p i e d o s o .
há o férreo gosto, na boca.
penso nos meus medos, quase infantis.
quando chove,
quando escurece,
quando penso em "ela",
quando tenho medo de não ver,
quando tenho medo de desistir,
quando quero virar um novelinho, em mim,
eu melancia chorosa e só num canto de um sofá cheio.
e então.
sinto o aconchego que dá brincar de gato, sob o sol
os pequenos prazeres,
a massinha,
o giz,
aquele tanto de olhares, da parede pra mim.
me sinto só.
e carrego as culpas todas.