sabe que já faz tanto tempo que eu achei que eu não ia lembrar, eu não ia querer ainda dividir a vida, mas eu quero. você era a melhor companhia. no corredor, no sofá e de concha. você é como a parte mais bonitinha que eu ganhei da vida. porque a gente nunca precisou brigar. que às vezes a gente podia chorar no colo sem dizer nada, encher a cara e rir, ficar horas esparramados sem dizer nada, fumando cigarros.
saber que você chora, e eu não posso te abraçar, nem te dar presentes de ano-novo, bolhas de sabão ou burlescos é como um castigo de um crime ainda não cometido. a sua dor me dói, e é meu jeito de dizer que amo. lembra quando eu te contei que as crianças choram todas quando uma se machuca? eu sou assim. tou costurada em você, e quando você sangra machuca em mim. e ter de fingir esquecimento me faz sentir hipócrita.
meus olhos ainda se enchem de sal. falta sempre alguma coisa. porque você era pra sempre, e eu não sei entender nosso fim. porque um fim? eu ainda forço hiatos, para que o fim seja breve, se reate num nó e que eu ainda coloque um véu na sua cabeça.
e só resta cantar beatles bem alto. porque a alma é de borracha, estica, e brilha. e ainda que de todos os amores e amigos, eu me lembre mais de você, nada é real.
- é duro admitir, você estava certo. amor não é um troço simples pra caralho.