eu chego a tempo de ver o navio sumir no horizonte. chego no instante em que cai a cortina vermelha, os aplausos irrompendo. ainda que eu nem vá, eu posso ver a porta fechando, as pessoas cansadas, o relógio.
eu chego a tempo, no minuto exato, de saber que sempre estive atrasada. te ligo pra dizer que eu não fui ontem, e que eu nem iria mesmo.
quebro o tempo, enquanto ele me engole.
a reboque, espero cansada a próxima vanguarda.
o suspiro não é o suficiente, seco o suor gelado que me empapa o corpo, corro mais meio metro, para trás.
[está quase na hora de perder o último trem.]
3 comentários:
E o parceiro de viagens, que entra primeiro no trem pra guardar seu lugar, vai apenas com a vontade de te ter ao lado...
Minha imaginação - minha conclusão de injustiça!
e parece que é sempre uma disputa: contra o tempo, contra o cansaço, contra a solidão.
que chegue o tempo em que a corrida seja a sensação de liberdade, e não o pulo pela sobrevivência...
beijo!
as vezes não sei se a gente mata o tempo ou é ele que nos mata...
adorei deeemais deemais o blog^^
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