5.5.08

Volta e meia me toma uma estranha sensação de não pertencimento. Não, eu não estou no lugar certo. Me enfiei em vidas que não são minhas, quis desenhar amôres que não são meus. Essa foto, não, ela não tem que ter eu. As unhas roídas, as dps, a pouca idade, o muito peso. A pouca personalidade, o excesso de mentiras. A falta de viagens, o excesso de drogas. Os amigos pra-sempre, que de repente não são mais, os amores eternos que de repente são pó, o vital que de repente é esporádico.

Essa cidade. Ela já não me ama mais, eu não posso mais dormir com ela todas as noites. E eu nem tenho forças para deixá-la. Eu vou continuando aqui, do jeito mais fácil, mais covarde. Queria ser tudo aquilo que se espera da filha, da sobrinha, da neta. Queria ser exatamente o que se espera de uma aluna da USP. Queria ser o que se projeta pra namoradinha.

Queria deixar de querer tanto ser altamente Luara. Pra ser um pouco mais desejável.


(mas só volta e meia)

hoje a tristeza não é passageira.
r.r

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