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4.3.09

[das abstrações.]

- você se importa?
- acho que não.
- tá.
- não, espera.
- que foi?
- me irrita.
- o que?
- isso.
- mas 'cê disse que não se importava.
- não importa. mas irrita.
- quer dizer que importa, então.
- não.
- porra...
- tá, faz o que você quiser.
- mas eu te perguntei.
- e eu te respondi.
- tá.
- tá.
(...)
- mas pra você tudo bem?

24.2.09

[do amor, VI]

- branco no prêto - é isso que ela diz, há horas, intercalando outras frases, que não absorvo. - prêto no branco.
infinitas vezes me rio, com cara de quem ouve. me pergunto, por que te amei. eu já nem sei se amei, ora-vejam-só.
- eu te amo, como branco no prêto. - diga outra coisa. por favor. me fale de música, me conta uma história de quando era pequena. me diz o que almoçou. por favor. - sem você sou pá furada.
não, não cita ninguém, ameba. e se for citar, cita o jabor. cita o sílvio santos. que daí eu rio. pelo menos isso. me diz de você, me deixa te tocar. os floreios da fala me dão coceira. umas metáforas de bar, on-the-rocks-com-gelo. vai, evolui.
- me beija.

tento me lembrar de josé de alencar, camilo castelo branco. qualquer um. até camões serve. me saboto, como sempre. acumula-se no fundo da garganta uma bola de augusto dos anjos.

(prêtobrancoprêtobranco).

um escarro cinza te cobre a boca.