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25.10.08

lona rasgada, no alto.

Com grande pesar vim informar a morte do Palhaço. O bom-Palhaço padeceu, foi noite passada ou há mil dias? já não me lembro, eu já nem sei.
Padeceu, o Palhaço, porque era Cidade demais e riso de menos, desdor, despranto, desacalanto. Ninguém matava, ninguém morria! era só uma apatia. Um andar espectral de silêncio-solidão. Sem gargalhar de criança, sem cheiro de pipoca, sem lona furando o céu-de-estrêlas.
Vieram então, mais de mil palhaços, todos pro salão. De luto fechado, em seus panos rasgados (as Columbinas era rosa-e-carmin, era de mil-côres Harlequim). Vi um Pierrot chorar em soluços. Era o fim do carnaval. E a marchinha inundava o ar.
Eu pintei meu nariz, eu quis chorar. Se não tem palhaço tem o que, nessa vida.? Mas bem no meio da folia, pulou o Palhaço do caixão! eu juro porque vi. Era confete e serpentina. O seu sorriso pintado, o olhar caído. Piscou-me os olhos.

(vi por detrás uma menina, tinha olhos de contas e cabelo de mar. Puxou a manga do Palhaço e inundou de melancolia-poesia o não-ser.)