14.6.10

Mergulho.

No mar da consciência é sempre noite. É tudo muito lento, muito quieto, nenhuma onda quebra. É um navegar às cegas, sem bússola. Nunca se vêem estrelas, não há guias que não o de-improviso.
Dobrei um barquinho de papel que me levasse pelas águas escuras, dobrei um barquinho de papel que me salvasse do medo. Não tem praias, não há naufrágios. O castigo maior é navegar sempre, navegar é preciso.
No afã do próximo passo, me jogo de cabeça, todos os sentidos embotados de memórias, de todos os tipos, de todas as ordens. Nado em círculos, a maré me leva, as grandes vagas em mim, que vago em águas calmas, ameaçadoras.
E desejo qualquer ilha de esquecimento.

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