9.6.08

Ode às manhãs

Um dia eu acho que eu vou dormir pra sempre. Não morrer, sabe. Só dormir tanto que vai ser pra sempre. acordar, eventualmente, para comer. E fazer xixi. E dormir.

~~*~~

Cena 1. Dia amanhecendo. Um bando de adolescentes caminhando em grupos para a escola. Uma mulher anda só, no contra-fluxo. Tem cara de sono e trejeitos típicos de uma ressaca.

Mulher:
Eu admiro o sol, e sua intensa coragem de milenarmente subir todas as manhãs e peregrinar céu afora durante o dia.
E depois, eu admiro vocês, estudantes do Brasil, que se levantam com toda a força e toda a coragem de guerreiros, marcham pra escolas com quilos de maquiagem, as suas roupas de marca, seu charme e graça vis.
Os velhos, eu admiro todos.! Em suas saudáveis vidas, acordando junto com as galinhas para suas caminhadas matutinas em nome da saúde. (acende um cigarro, cospe no chão)

Eu admiro essa vida, bela. Suja, a minha. Imunda. Mundana. Acordem cedo, ó cidadãos de bem.! Que meu café preto eu tomo depois do meio-dia.

Cena 2. Tira a roupa, se joga na cama, geme de prazer. Dorme, enfim.

Nenhum comentário: