15.7.08

um bicho. um bicho acuado. um bicho trêmulo.
na sombra a feiúra dói menos. no barulho, chôro rasga menos o peito.
uma tristeza clandestina, daquelas que não se pode chorar. e mesmo que se pudesse, não haveria meio. intangível demais para que seja sofrida.
se Pensamento pudesse ser contido, domado, controlado... ele se sabe indomável, maior que o mundo inteiro.
é que de tanta negação, monstro se alimenta de Palavra Não. ganha força, forma, desejo.
e se a minha força não for tanta.? se dou ao monstro, cedo ao encanto.
sabe como é.?
não, não sabe. ninguém sabe. porque a dor é minha e só minha e assim, feito eu, só eu sei sentir. é que eu sou bem mais forte que tu, que êle, que tôdo mundo. e sou muito mais pele enquanto todo mundo é armadura. e eu sangro. sangro inteira, verto sangue como a santa que verte mel.

é tudo mentira.

3 comentários:

Jaya Magalhães disse...

Lua, aproveitando que já tô de nariz pintado, peguei o pincel pra te escrever. Rs.

Primeiro, pra agradecer tua visita em meu canto. Fica a vontade pra voltar. Tudo bem que as coisas estão paradas, mas daqui a pouco eu apareço. Apareço sim! :)

Gostei do teu blog. Do teu jeito de lidar com as palavras. Esse último post me deixou um tanto angustiada. E isso é bom. É bom porque você colocou emoção e realidade nas pontas dos dedos, e conseguiu mostrar pra gente teus avessos.

E que tudo fique bem.

Beijocas.

Ygor P. disse...

Eu também tenho a minha dor. Verte e inverte, seca ou sanguinolenta é minha dor e de mais ninguém. Como a da Marisa.

:*

marcia cardeal disse...

Você não precisa das sementes. Você já tem flores de lua espalhadas no vento. Adorei suas últimas postagens. Mesmo, mesmo! beijos de sol e preguiça, de sábado à tarde.