22.7.08

veio a onda, quebrou na praia. eu era onda, era praia.
era de ventania e tempestade. eu era o vento carregado, salgado, elétrico. era brisa morna de uma tarde laranja.
a infinitude do mar, a infinitude da areia. eu fazia o perder. eu fazia o afogar e o caminhar. a solidez da água, a leviandade da areia.
eu era sol, era lua.
era o diáfano e intocável.
o profano e vagabundo.
eu era eu e meus outros eus todos.
eu era o mar, o sal, o vento. era a onda e tôdo mistério acerca de si mesma.
(mas quebrou na praia. e o mistério tôdo se desfez, sou só de novo Luara, sem mistério nem curva nem atalho algum.)

Um comentário:

Isadora Alves disse...

prefiro ser o mar, o vento, o sol, cada dia, sou um.

é, as vezes é ruim perder para um violão.