calculou. mediu distâncias, apreendeu cheiros. ensaiou, mentalmente, cada movimento. olhou, não soube apreender a resposta. a pergunta era dispensável, forjou a resposta.
ignorou gestos.
um pé na frente do outro, decididos, os pés. os dedos, trêmulos, e firmes. fechados os olhos: no escuro não há pecado, não há segredo, não há mistério.
sêde.
do ímpeto do silêncio, rompeu o dessilêncio da respiração. seus mistérios encarcerados, à flor da pele. dobrou-se um milissegundo na eternidade de um arrepio. rolaram hipóteses pelo chão, encheram o ar, entorpeceram os sentidos.
um braço antes do outro, os olhos abertos-e-fechados, pra ver o que se vê, o que se quer ver.
9 comentários:
Você pode não acreditar, mas eu estava com saudade de vir aqui ver as palvras lindas que voc~e sabe usar. =D
Simplesmente, adorei o que escreveu aqui.
"Para ver o que se vê, o que se quer ver."
Só se vê mesmo o que quer.
Beijos
No escuro, o medo de acostuma. Triste essa escravidão que o medo produz.
Beijo pra você, Lua.
muito bom teu blog, bom vir aqui.Gostei. Tenha um belo domingo;
Maurizio
acho que esse merecia uma continuação... pra a gente saber do depois hehehe
=*
eu adoro suas palavras inventadas.
teus sufixos e prefixos tbm... haha..
=*
“fechados os olhos: no escuro não há pecado, não há segredo, não há mistério”.
Apagar de luzes. E ainda assim, ofuscar em brilho. Porque eu gosto disso de apreender cheiros. Esses mistérios trancados sabe-se lá onde, e que teimosamente insistem em sobressair. À flor da pele. Permissão dos sentidos.
“dobrou-se um milissegundo na eternidade de um arrepio”.
De onde vem essa poesia? Coisa mais linda... Esses versos me chamaram a atenção pelo paradoxo. A efemeridade de um arrepio, que se eterniza. Eu já vivi disso! Daí o alcance. Daí meus olhos entendendo teus sentimentos. Provando deles, outra vez, agora através de você.
Ai, ai...
Cheiro nocê, Lua minha.
- E ando carregando saudades do nosso embolar de palavras. Conversa de botequim, nosso. Rs.
Ai, que saudades docê!
Deleta o link, Lua. Não é mais meu. Eu volto, mas de casa nova. Trago meu humilde relicário junto, entretanto.
- Teu e-mail eu respondo em breve.
Cheiro.
medo de abrir os olhos
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