19.1.09

[do amor, I]

o mais estranho é o modo como as coisas correm, se encaminham, pulam cancela, se atropelam. coisas pequenas, e grandes. coloridas, e quase transparentes. as coisas nem estão lá, às vezes. ou eu nem as vejo. mas fluem, confluem, inundam e ainda assim são novas e macias. e as velhas, tem gosto de infância e lembrança, e até o que amarga no fim é jiló, e é bom.

me irrita o silêncio, o café doce desexistiu, daí a não-irritação. o ciúme virou piada, nesse jogo de amôres não amados, desamados, amados até o fim dos dias. a intensidade dos lençóis suados, a inércia da tv ligada. os sonos alternados na almofada, o cigarro evocando o dia.

feito dos velhos parceiros. antevejo os movimentos, ainda sem esperar surpresas. ainda passo os sinais, na insana expectativa de ganhar qualquer trocado, duma aposta que eu não fiz. espio mágoas pela janela, e não ligo. o morno me acalenta, ainda que eu preferisse os fogos.


[a bem verdade é que gosto mais dos contos que dos fatos.]
meio sem saber escolher, eu te quis.

2 comentários:

Monday disse...

adorei a última frase ... essas franquezas no meio da melosidade dos amores é uma coisa deliciosa ...

O França disse...

Guria!

Tomei a liberdade de falar a respeito de vc e do seu blog no meu fotolog, tá bem? Se vc não gostar ou se ofender com algo eu tiro x_x

veja lá, em www.fotolog.com/sunshine_fr.

Beijão!