9.7.12

Sobre olhar o mar.

O mar me olha, me molha. Meus olhos são pequenos pra sua imensidão. Furtivo amante, penetra em todas as minhas frestras, me ressignifica. Eu sou exata e simples, só nele há mistérios. E, imersa, sou toda mistério, penumbra e murmúrio. 
Não existem palavras para o mar. Quebram as ondas, eu me parto, remonto, eu fico. Como um amor partido, como todos os sonos com olhos abertos. Entra o céu de chumbo da cidade.

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