25.7.08

começou numa tarde fria. matou o trabalho, viu sessão da tarde. estava tudo bem, mas daí apareceu. debaixo do cobertor. o susto foi tanto que nem lembro se disse algo: botou a cabeça inteira de baixo da torneira, o choque da água gelada amenizou as coisas.
ufa, haha. um alívio falso, a risada falsa. tudo que tinha a declarar.
a experiência, ainda que breve, foi exaustiva. tentou dormir. até conseguiu. mas ainda no cochilo, sonhou. acordou num grito.
o que era aquilo? suava aos cântaros. pensou que talvez fosse mesmo melhor ter ido trabalhar. pelo menos não tinha tempo praquelas coisas.
ligou a tv, bem que tentou prender a atenção. mas o olho escapou pra janela: fazia uma tarde linda. antes que pudesse perceber, estava colado ao batente, tomado de um lirismo vertiginoso. foi na parede que saiu seu primeiro poema. sem nome, sem rima, sem métrica.


largou o trabalho, levou flores à mulher, brincou de rolar no chão, com os filhos.
perdeu-se, enfim.


~*


(foi coisa de bololeta.)

Um comentário:

marcia cardeal disse...

Gosto disso!!! beijo