5.11.08

Ervilhas são verdes gotas. Pingam redondas, perfeitas. Da áurea perfeição, faz-se muitamente metades. Sólido degradé se enrosca numa fundura infinita, de prazer latente.
Deixo de ser organismo. Eu inteira sou dedos, pele, tato. O carmin de mim já não inspira volúpia. O carmin é desejo-de-carne, inteiro. O desejo tem verdecôr.
Num gôzo silencioso, reviro os olhos. Afundo dedos no íntimo verdejante do sabor escondido. Arfo. É doce existir. É doce ser tato, memória, desejo.

(o mistério da lingua coexiste na água-de-pular, e sal.)




- era dia de sonho. havia a vontade de Amelie Poulain. e, tinha na memória Charlie e Lola ( 'eu nunca, nunca mesmo vou comer tomate')

5 comentários:

flor disse...

"eu nunca, mas nunca mesmo vou comer tomate"
Adorei...
Adorei o texto.
Adorei a "fota" do lay...
Adoro a amiga-de-blog rs
Beijos

Isadora Alves disse...

não gosto de ervilha.
beijo beijo

A Maya disse...

Paladar aguçado o seu, moça!
Deixa gosto nas palavras...

PS: Seu blog é um dos mais criativos que já vi, sabia? As propostas de texto, composição, tudinho...

*Amei*

flor disse...

Sem problemas, naõ precisava pedir desculpas, meu bem ^^
Eu entendo essas coisas =F

Márcio Ahimsa disse...

...é gozo se lambuzar pelas mãos, se encher de gostosura e despetalar a pele preferindo o vapor máis sólido dissolvido em gotas de suor... Delícia... Muito bom.