14.9.09

Guaíba.

Mesmo sem fechar os olhos, eu lembro das cores. E era de encantar, eu sabia. Aqueles encontros despropositados, quem é que podia supor.
O cheiro era diferente, o calor, as chuvas. E os olhos cinzas de quem é que nem eu, sabem ver mais azul, e mais estrelas.
Todas as vozes me eram doces. Tantos sons. De passados, de acasos, e desejos. De saber ouvir tudo quanto acho lindo, e que se alonga pelos anos, mesmo sem eu saber como.

Suas costas rasgavam o por-do-sol, e o céu deitava rubro, e doce nos meus lábios. Eu não parava de me repetir, qual a probabilidade, qual a probabilidade.
Foi só no telhado, quando eu vi as luzes - eu girava de mãos dadas com quem era feito sonho, distante - que eu me dei conta, que a paixão seria maior que todos os dias, já antevia a falta de ar antes de alçar vôo de volta pra casa.

E foi ao laçar dedos, no sofá, entrecortando o frio baixo lá fora, que eu soube. Me deixar pintada nas paredes, num era marca, era promessa de amor.
Amor rasgado, pra sempre.

Os lábios estão salgados e não sei respirar numa cidade sem horizonte.

9 comentários:

Dois cigarros e um café. disse...

Lua: Fia que bacana! Quem não quer uma paixão assim, cheia de promessas, mesmo que vazias???

Beijundas ^^

Jaya Magalhães disse...

Os olhos, aposto, doces.

Michelle, disse...

quando for pra PoA, me leva.

Ane disse...

e vale a pena,mesmo que depois falte respiração ;D

Bee disse...

Adoro teus textos! Inclusive esse.

Por isso tem um selo para o teu blog lá no meu!

Beijo!

Jaya Magalhães disse...

Posta algo?

Cleyton Cabral disse...

Que lindo. Tava com saudades daqui. Beijo.

Marcelo Mayer disse...

obrigado pela visita em meu blog

comentando o blog: nada como uma cama desarrumada para ser de pintura de um amor

*por p. disse...

as melhores probabilidades de paixões são aquelas que nós mesmos calculamos, desejamos. aquelas que nós sonhamos, de olhos abertos, de musica tocada de propósito, pra dar movimento no sonho.