9.11.09

dicionarizada.

devir.
1. vir-a-ser;
2. fluxo permanente, movimento i n i n t e r r u p t o , atuante como uma lei geral do universo, que dissolve, cria e transforma todas as realidades existentes.

escrevo, que sou amante das palavras. e te escrevo, que sou, colhendo todas as hipóteses, amante sua. e quando te nomeio de-vir, meu devir, é que gosto de saber que mês longe num rasgou nossas primaveras, e ainda há flor, pássaro e néctar.
e de vir, de tempos. que já vão longe, e soube unir duas pontas distantes, nesse sul e nessa sampa.
te dissolvo, te crio, te transformo, te como inteiro pra saciar meus desejos, e é dum desconhecimento qualquer que me apaixono. que nem sei se ligo, dessas realidades intangíveis, de te ter tão longe.
quero lamber teus mistérios com a ponta da língua - e hão de ser doces. quero te ter, pequeno, e saber teus gostos, segredos, agruras e prazeres.

me conta, de você?
e agora, espero e guardo, um beijo que quero, da boca tua a devorar a minha, e eu a roubar teus ares, e num afã desesperado, ser pele, saliva, hipótese e gozo.

2 comentários:

Marcelo Mayer disse...

ele te contará não em palavras, mas em suspiros. e quem sabe, se ele for, um cigarro e vai acalmar a seu gozo e depois lhe sorrir

Jaya Magalhães disse...

Eu quis me doar assim.

Vai voar de novo, passarinha?