14.11.11

Mambembe.

Tem qualquer coisa de magia em quando eu saio de Sampa. Ou, pior, quando eu desço pro Sul. Eu não sei de onde vem essa aura de amor, e paixão. Essa entrega constante e cega, sem saber. Essa paixão minha, sua, esticada, longa, faminta.
Nas ruas calmas e silenciosas as mãos são muito quentes e se acham, suadas, para carinhos, esperas e expectativas. A respiração muito afogada, o arrepio inevitável de peles, os olhos doces, muito doces. Devoro sua boca, porque quero devorar-te inteiro. Quero lingua, pele, suor e gemidos.
Gosto do seu cheiro, gosto das palavras entrecortadas nos lábios encontrados, gosto dessa ansiedade calma de te encontrar de novo. E num dia só nosso, para os mundos se misturarem. Porque eu gosto do seu mundo tão seu, gosto dos teus beijos tão seus.